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Inglês: uma porta para novos mundos

Já não é nenhuma novidade que o aprendizado de um idioma estrangeiro traz uma série de vantagens aos estudantes e dentre as opções mais buscadas é indiscutível reconhecer que o inglês ainda ocupa a primeira posição do ranking não somente para os brasileiros como também para outros povos ao redor do planeta.

Embora possamos discorrer as razões que levam a manutenção do inglês como a principal língua de comunicação mundial, o meu objetivo com este texto é outro. Na verdade, quero esmiuçar um pouco mais os benefícios de conhecer inglês para além dos corriqueiros (porém, relevantes) motivos como “saber se comunicar quando for viajar ao exterior” ou “é bom para o currículo”.

Sim, como já adiantei, estas justificativas têm fundamento e de fato são muito importantes. Porém, gostaria de apresentar uma outra camada de benefícios que nem sempre é mencionada, mas acredito que pode te motivar até mais a aprender um idioma estrangeiro (no caso, o inglês) e que não está ligada a nenhuma necessidade baseada em fatores externos, mas sim na possibilidade de aprimorar seu desenvolvimento pessoal.

Biblioteca de conhecimento infinito

Se você se considera uma pessoa curiosa e que está sempre interessada em saber mais sobre os seus assuntos favoritos, então aprender inglês será um grande incentivo. Como o idioma detém relevância global há alguns séculos, uma quantidade incalculável de materiais tem sido recorrentemente criada ou traduzida nesta língua.

Consequentemente, quando você aprende inglês e desenvolve suas habilidades linguísticas (especificamente leitura e audição neste caso), você está, na prática, adquirindo acesso a uma biblioteca de conhecimento infinito pertencente à toda humanidade e que abarca desde sabedorias ancestrais até as criações mais inovadoras já concebidas bem como trabalhos provenientes de países anglófonos ou de outras localidades.

Como exemplo, gosto de citar Rumi, um dos meus poetas favoritos e que viveu no Império Persa durante o século XIII. Embora eu tenha ouvido falar dele pela primeira vez em português, foi através do inglês que não somente pude me aprofundar na sua obra, como também fui apresentada a outros artistas conterrâneos que têm em seu arcabouço poesias belíssimas que tratam de amor, espiritualidade e crescimento pessoal.

Quando digo que o inglês pode funcionar como uma grande biblioteca para a humanidade, pode parecer exagero, mas na verdade temos exemplos na História que ilustram bem o que eu quero dizer. O mais icônico de todos é sem dúvida a antiga Biblioteca de Alexandria no Egito que em seu auge abrigou provavelmente entre 30 mil e 700 mil documentos, sendo que uma boa parte deles foi feita ou traduzida para o grego (língua franca daquele período). Vale ressaltar, contudo, que a Biblioteca de Alexandria também possuía documentos originais em outras línguas.

Este último ponto é interessante de ser ressaltado, pois apesar de que o inglês goza atualmente de um status de importância (assim como ocorreu com o grego, latim, etc.) não significa que o aprendizado do inglês deve ser um fim em si mesmo. Pelo contrário, ao apresentar novos conhecimentos de diferentes culturas, ele pode atuar como uma ponte para outros idiomas e instigar uma mente curiosa a seguir aprendendo mais e mais. Por exemplo, alguém que se interesse por cultura japonesa pode encontrar materiais interessantíssimos em inglês e, à medida que se aprofunda, pode eventualmente migrar para o japonês, quem sabe? O céu é o limite (ou não).

Maior competência intercultural

E falando em culturas, você sabia que estudar inglês também pode auxiliar no desenvolvimento da sua competência intercultural? O conceito deste termo pode ser compreendido em poucas palavras como “a capacidade que um indivíduo tem de interagir de maneira eficaz com outros indivíduos provenientes de origens culturais distintas”.

Acontece que quando aprendemos um idioma estrangeiro (seja ele qual for), também acabamos conhecendo, em menor ou maior grau, alguns aspectos culturais do país (ou países) que tem esse determinado idioma como oficial.

Afinal, é importante lembrar que as línguas carregam crenças, valores e comportamentos de um povo. São graças a elas que todo esse conhecimento é transmitido de uma geração para a outra. Portanto, língua e cultura são indissociáveis, ainda que a primeiro momento esta relação possa não ser tão evidente para os alunos.

À medida que nos aprofundamos no aprendizado do idioma, percebemos que uma comunicação realmente eficiente não se limita a memorizar palavras ou ser capaz de aplicar corretamente as normas gramaticais (que, evidentemente, são fatores importantes). Significa perceber as nuances do idioma, as regras não-verbais que fazem, por exemplo, você soar mais educado se escolher uma determinada palavra ao invés de outra, entender o significado por trás de expressões e provérbios populares e conseguir identificar como tudo isso está ligado aos valores mais íntimos que moldam aquela sociedade.

Além disso, ao aprender um novo idioma por meio desta ótica você também consegue adquirir com mais facilidade a capacidade de analisar as situações que ocorrem no dia a dia sob a perspectiva dos outros, sem necessariamente ter que abrir mão de seus próprios valores.

Enfim, é uma camada mais profunda de interpretação que pode ser adquirida de maneira indireta e inconsciente ou de uma forma mais direcionada quando o ensino do idioma leva em conta a comunicação intercultural e busca aprimorar a competência intercultural dos alunos.

Seu cérebro e sua saúde mental agradecem

Por último, mas definitivamente não menos importante, aprender um idioma estrangeiro proporciona uma série de benefícios para seu cérebro bem como para sua saúde mental. Já parou para pensar sobre isso?

Hoje em dia a preocupação com a saúde é um tema em alta em todas as faixas etárias. Não à toa, as academias fazem cada dia mais sucesso e aumenta o número de adeptos. Contudo, da mesma forma que os músculos têm que treinar através de algum tipo de prática física para permanecerem saudáveis e não atrofiarem, o mesmo princípio se passa com o cérebro, o qual, naturalmente, necessita de um tipo diferente de atividades. Entre elas estão o hábito da leitura, jogos como xadrez e sudoku ou aprender algo novo, seja tocar um instrumento ou falar um idioma estrangeiro.

Quando pensamos especificamente no idioma, toda dedicação envolvida para adquirir este novo conhecimento gera efeitos muito positivos nas funções cognitivas do cérebro como memorização, atenção aos detalhes, raciocínio lógico e resolução de problemas. Você tem que tirar seu cérebro da sua zona de conforto (seu idioma materno) e impulsioná-lo a pensar em uma estrutura diferente do habitual.

Ademais, tendo à disposição uma metodologia adequada, aprender um novo idioma também pode trazer benefícios adicionais para a saúde mental como aumento da autoestima e até mesmo redução do estresse e da ansiedade.

Conclusão

Embora aprender um idioma estrangeiro como o inglês seja um excelente ativo para casos mais práticos como uma viagem no exterior ou melhores colocações profissionais, seus benefícios vão muito além disso.

Na verdade, aprender inglês é como receber uma chave que abre sua mente para um universo de infinitas possibilidades e saberes. Mais do que uma vantagem competitiva, o inglês pode ser um grande aliado tanto na busca por aprimorar seu desenvolvimento pessoal quanto para abrir as portas deste mundo tão fascinante e rico que vivemos.